Chocolate

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Daniela Meira

CHOCOLATE

 

INTRODUÇÃO:

A semente do cacau = Teobroma cacao, que traduzindo do grego =”alimento dos deuses”.

 

O chocolate é democrático: tudo começou na terra dos Maias (América Central), depois deu uma volta pela Europa, retornou pelo Atlântico até os EUA. De ponta a ponta entrelaçou ligações complexas entre pessoas de todos os níveis nacional, cultural, social, econômico e espiritual! Através dos séculos foi ansiosamente consumido de uma maneira ou de outra (líquido ou sólido, quente ou frio) por todos os níveis da sociedade.

 

O termo “cacau” = planta e todos os seus produtos antes do processo

O temo “chocolate” = sementes processadas (líquida, sólidas, em pó)

 

A “vida” do cacau começou na América Central – na civilização dos Olmecas – (3000 anos atrás – no Golfo do México), depois seguiu com a civilização dos Maias (sec XIV – América Central e costa do Pacífico da Guatemala). Estes eram conhecidos como o “povo do livro” e por isto deixaram inúmeros documentos com relatos do dia-a-dia, desenhos, rituais e em vários registros os frutos do cacau aparecem com frequência, como o alimento dos deuses. Com os Maias surgiu uma bebida fermentada amarga feita das sementes de cacau. As próximas civilizações (Toltecas e os Astecas) também fizeram do cacau sua fonte de inspiração.

 

Europa: foi com Cristóvão Colombo (1502) e seus missionários, presentados pelos Astecas numa viagem ao Caribe, que conheceram as sementes de cacau e levaram esta “novidade” para a Espanha. Depois de uns anos, o poder econômico das sementes de cacau aumentou tanto que virou moeda de troca:

1 escravo = 100 sementes de cacau

1 prostituta = 10 sementes

1 coelho = 4 sementes

A perspectiva de riqueza fácil atraiu muitos colonos espanhóis para a América Central e as plantações de cacau expandiram do México para o Equador, Venezuela, Peru, Jamaica, Haiti e República Dominicana. Eles produziam e processavam as sementes na América e despachavam para a Europa. Daí, em 1580, a primeira fábrica de processamento de chocolate foi inaugurada na Espanha. Neste momento (sex XVII), alguns países da Europa já estavam produzindo as sementes de cacau em suas colônias. Espalhou-se para as Filipinas, Indonésia, África, Sri Lanka, Malásia. O mundo inteiro!

 

O poder

Para os Astecas, o chocolate era uma fonte de sabedoria espiritual, de energia extraordinária e de fortalecimento da potência sexual. A bebida tinha um preço muito alto como aditivo nupcial e como era de se prever, era a bebida preferida em cerimônias de casamento. O imperador asteca Montezuma tinha a fama de consumir 50 garrafas de chocolate por dia (!), sempre se fortificando com uma xícara antes de entrar no seu harém! (nota da Dani: Ah vá! Devia ser mega gordo! 50 garrafas, mesmo que fossem de 50 ml cada!!!!!! Querendo gastar energia na cama!!!!)

 

Os guerreiros também recebiam chocolate para levar nas campanhas militares devido a suas propriedades renovadoras. O chocolate era prensado e cortado em pedaços práticos para levar onde precisassem. Eles diziam que “uma xícara desta bebida preciosa torna um homem capaz de caminhar um dia inteiro sem se alimentar”.

Ao longo deste caminho, foram feitos muitos rituais, sangrentos ou não, cerimônias para uma boa colheita de cacau e inúmeras festas para agradar os deuses, todas regadas com muito cacau.

Curioso: O que muita gente desconhece é que os Astecas não usavam o chocolate como ingrediente para cozinhar. Isso para eles seria sacrilégio. No máximo usar o cacau como bebida fortificante.

 

A bebida Asteca não tem nenhuma semelhança com a bebida que conhecemos hoje. Ela era amarga, gordurosa e servida fria. Eles pegavam as sementes de cacau e deixavam secar no sol. Depois as quebravam entre as pedras e reduziam a uma farinha. Adicionavam água e pimenta e consumiam. Outros incorporavam farinha de milho e formavam um mingau, com ou sem pimenta. Outras receitas ainda levavam cravo, baunilha, pétalas de rosas, nozes e urucum! Depois de 1522, as freiras Astecas desenvolveram novas receitas, acrescentaram açúcar, temperos adocicados, canela, anis e a partir dai iniciou uma transformação para algo mais semelhante ao que conhecemos hoje.

Foi por volta de 1822, que conseguiram separar a manteiga de cacau da pasta obtida pela moagem das sementes e deixar o produto final menos gorduroso, mais crocante e refinado e dai podia ser desintegrado até virar pó!

Depois foram mais acertos, novas maquinas sendo inventadas até conseguirem um chocolate que pudesse ser derretido e colocado em moldes específicos e surgir o chocolate comestível. Isso já era 1907! O mundo continuou a inovar, novas lojas foram aparecendo, cada país com sua tecnologia, Espanha, Holanda, Itália, França, Suíça, Alemanha, Áustria, Grã-Bretanha, Estados Unidos, já tinham se rendido ao poder do cacau e estavam a todo vapor!

 

A igreja

 

É quase certo que foram os missionários jesuítas os responsáveis por trazerem o primeiro chocolate para a Espanha, Itália e França, passando por uma rede internacional de mosteiros e conventos, caindo nas graças de monges e freiras. Aliás, até o sec XVIII o chocolate era feito por estes, na Europa e América Latina, usando-se métodos passados pelos Astecas. O chocolate se tornou popular com enfermeiras e monges por que ele os sustentava por todos os longos jejuns que eles tinham que praticar. Mas teve um monge espanhol que duvidava desse poder todos do chocolate e declarou que era uma bebida diabólica e que estas propriedades revigorantes eram obra dos espíritos malignos. A partir disso a escola dos jesuítas emitiu um decreto condenando a bebida para os jesuítas. Houve uma crise por conta da posição da igreja (Bispo de Chiapa) e o chocolate, que um movimento nas igrejas, por parte das senhoras brancas de classe superior, aconteceu. Elas simplesmente alegavam, durante as missas, que estavam fracas e enjoadas, fazendo com que as suas criadas trouxessem na igreja, uma xícara de chocolate!!!! As missas eram interrompidas pelo tumulto e uma grande confusão sempre acontecia! As mulheres se recusavam a participar dos trabalhos na igreja até que o bispo que havia proibido a bebida nas missas, caiu de cama e morreu!!! Dizem que ele tomou uma xícara de chocolate envenenado!!!

 

Na medicina

 

Por volta do sec XVII, o chocolate havia recebido o selo de aprovação de diversos botânicos e médicos, que descobriram que ele continha todos os tipos de substâncias benéficas.

 

Declarações do tipo: “O chocolate não é apenas aprazível no gosto, mas é também um bálsamo para a boca por manter todas as glândulas e a disposição em um bom estado de saúde. Todos que o bebem possuem um hálito doce”, “O chocolate quando preparado cuidadosamente, é uma forma de alimento saudável e agradável…é muito adequado para pessoas que executam grande empenho mental, padres, advogados e acima de tudo viajantes”. Um médico francês estava convencido de seus méritos como antídoto para um coração partido. Ele escreveu:” Aqueles que amam, e são infelizes o suficiente para padecer da mais universal de todas as doenças do amor, encontrarão (no chocolate) o consolo mais iluminado”.

 

Hoje

Muito se falou nas propriedades terapêuticas do chocolate desde o sec XVIII. Agora se sabe que é a gordura e o carboidrato do chocolate que proporciona o sustento para o corpo, e esta gordura é digerida devagar mantendo a sensação de saciedade.

O chocolate puro (sem adição de leite ou açúcar) não contem metade da proteína do chocolate ao leite e muito menos cálcio. A proteína é vital para o crescimento, recuperação e manutenção do corpo; o cálcio é essencial para a contração muscular, incluindo os músculos que fazem a batida do coração e para a função saudável dos nervos, atividade enzimática e coagulação do sangue… nota da Dani: ou seja, o chocolate puro é melhor se tiver um pouco de leite e açúcar, o que hoje seriam os chocolates 90%, 80% e até 70% de cacau. O bom do chocolate puro é a quantidade baixa de gordura, sempre comparado ao chocolate ao leite e ao “chocolate branco”.

 

Outra coisa boa do chocolate puro é que contem magnésio (essencial para a vida), ferro (para produção de glóbulos vermelhos) e a niacina (libera energia para as atividades celulares) e menos calorias (ótimo para todas as mulheres!!!!!!!!rsrsrsrs).

 

Existem os alcaloides, que são substâncias encontradas em plantas. No cacau um alcaloide é a teobromina (nota da Dani: lembra da introdução: A semente do cacau = Teobroma cacao, que traduzindo do grego =”alimento dos deuses”, dai o nome teobromina!!!), que estimula o rim como um leve diurético. Alguns especialistas médicos acreditam que a teobromina e a cafeína dão ao chocolate a fama de ser “viciante”, mas pode ser a presença da fenilotilamina, que faz parte dos produtos químicos conhecidos como endorfina que quando são liberadas no corpo levantam o ânimo, criando energia positiva e sentimentos que chegam a euforia.

 

Resumindo I (nota da Dani): O que podemos dizer é que a sedução do chocolate, e sua tentação de satisfação, é tão forte no presente como era para os príncipes guerreiros Maias do sec IV.

 

O chocolate e o amor

A relação entre chocolate e substância afrodisíaca está muito associada às conclusões tiradas a partir do hábito do imperador Asteca Montezuma, de tomar aquelas 50 garrafas de chocolate antes de entrar no seu harém. Dai para se tornar uma bebida afrodisíaca foi um pulo! Casanova pensou que o chocolate fosse o “elixir do amor” e bebeu chocolate no lugar de champanhe, antes do sexo!

Apesar das pesquisas científicas sugerirem que o chocolate não possui substâncias de natureza afrodisíaca, as propagandas modernas relacionam este produto com sensualidade, amor e sexualidade. E estas propagandas visam mais as mulheres do que os homens, já que uma pesquisa revelou que 50% das mulheres preferem chocolate ao sexo!!!!!

 

Resumindo II (nota da Dani): escolha o chocolate que preferir e deleite-se sem culpa. O grande prazer de saborear seu chocolate não tem preço e nunca fará mal!

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